Michelle Maia
Violência contra a mulher será discutida nas escolas públicas do DF
A violência contra as mulheres, um assunto de grande importância, será tema de discussão nas escolas carentes do DF assim que as aulas presenciais estiverem de volta. O projeto Flores em Cena tem o objetivo de contribuir efetivamente para a transformação cultural, na medida que leva a informação e busca a sensibilização de jovens, prioritariamente das camadas mais vulneráveis da sociedade, envolvendo-os no próprio processo da construção e da formação de multiplicadores.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que sete em cada dez mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida. Segundo o Ministério da Saúde, a cada quatro minutos uma mulher é violentada por um homem no país. Somente em 2018, 145 mil casos de violência contra a mulher foram registrados. No Distrito Federal (DF) essa realidade é especialmente cruel. Levantamento do G1 mostra que em 2019, 60 mulheres foram assassinadas no DF. Do total, 33 foram casos de feminicídio e outros 27 foram classificados como homicídio doloso.
A informação, segundo especialistas, é um dos principais pilares para mudar essa realidade. Sendo o acesso a ela, um dos direitos básicos de toda e qualquer democracia. A informação tem poder de mudar paradigmas.
O projeto visa desenvolver uma peça teatral protagonizada por um elenco formado por 10 mulheres, jovens estudantes do ensino médio e acontece em parceria com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, com apoio da Secretaria de Educação e das Administrações Regionais de São Sebastião e Planaltina do DF. As apresentações acontecerão em escolas públicas do Distrito Federal, nas regiões administrativas de Planaltina e São Sebastião.
O texto foi criado especialmente para o projeto. No enredo, será abordada a violência contra a mulher como uma questão global e prioritária, que requer esforços que vão muito além das Leis hoje existentes, mas fundamentalmente de intervenções cirúrgicas no seio da sociedade, para fazer drenar o veneno herdado de uma cultura medieval machista, em que ao homem era permitido, por exemplo, castigar fisicamente suas mulheres, crianças e escravos. Permitia também matar a mulher adúltera e, não muito distante dos tempos modernos, dava às mulheres o status de “incapazes”, valendo lembrar que, no Brasil, a mulher só conquistou o direito ao voto em 1932.
O projeto está sendo idealizado pelo Instituto Lumiart e conta com apoio de recursos do Governo Federal.
As informações são da assessoria de imprensa do projeto.