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  • Rubens Bonfim

Tudo junto e misturado: Google anuncia plataforma de jogos que funciona junto com o YouTube


Pense em todas os ingressos de cinema, todos as músicas, todos os programas de TV, incluindo os grandes sucessos como os filmes da Marvel, Game of Thrones ou o último disco do Ed Sheeran. Nenhum desses produtos de mídia andou perto do maior produto de entretenimento da história: o jogo Gran Theft Auto V chegou em 2018 a um total de vendas acumuladas de US$ 6 bi. E estamos falando aqui de um único jogo. Para se ter ideia do gigantismo dos games como indústria, as vendas do segmento em todo o mundo, em 2018, foram de cerca de US$ 135 bi. Esse número é três vezes maior que a soma da bilheteria de todos os filmes exibidos no mesmo período. E é 30% maior que o faturamento de todas as redes de TV do planeta e 8 vezes maior que todo o mercado de música. E o mais incrível: enquanto a TV perdeu faturamento, os games cresceram a taxas de mais de 10% com tendência de acelerar ainda mais.

Cerca de metade do faturamento dos games em todo mundo sai do seu, do meu dos nossos aparelhos celulares e tablets. Isso mesmo. Aqueles inocentes joguinhos, que às vezes são até gratuitos, movimentaram no ano passado cerca de R$ 250 bilhões e onde o Google já é uma grande potência graças à enorme base instalada de aparelhos Android. A outra metade dessa bolada ficou dividida entre jogos para videogames, e um pouquinho atrás, ficaram os jogos para computador, incluindo aqueles que são jogados por meio de um navegador de Internet. E é nesse segundo filão que o Google apontou sua nova aposta com a apresentação, nesta terça-feira, 19, do Stadia, um serviço de games que vai aproveitar a infraestrutura de processamento na nuvem para que jogadores possam usar qualquer tela, desde a televisão da sala até o celular ou PC para jogar seus jogos como se estivessem utilizando um PlayStation ou um Nintendo.

Ao contrário dos jogos comuns, armazenados numa mídia física ou na memória de um aparelho, os jogos do Stadia estarão 100% na nuvem, arquivos e processamento. Então o que o usuário verá será como um vídeo interativo de alta performance. E isso vai demandar conexões muito rápidas para que na hora de dar o golpe fatal no vilão o jogador fique preso esperando o arquivo baixar. Outras empresas já têm projetos ou produtos parecidos, mas sem sucesso ou ainda por lançar, como é o caso da Sony, com o Playstation Vue, e a Microsoft com o Project xCloud, que ainda está numa fase inicial de criação. Curioso notar que Sony e Microsoft são as donas de dois dos três principais consoles de games do mercado: Playstation e xBox.

Ainda não informações sobre como será o serviço, se será uma assinatura como a Netflix ou o se o usuário terá que comprar jogo por jogo. Ou os dois. E não há data exata para a liberação do serviço ao público. Mas o que se sabe é que grandes produtoras de jogos já estão testando suas franquias na plataforma. Outra coisa que se sabe é que os jogos dentro do Stadia devem ter um forte aspecto social ancorado em funcionalidades relacionadas à maior plataforma de hospedagem de vídeos do mundo: o YouTube. Apesar de poder ser jogado até com os controles de outros sistemas, o controle oficial do Stadia traz dois botões diferentes dos concorrentes (além de não estar ligado em nenhum console, evidentemente) sendo um que inicia a transmissão de jogos e outro que ativa um microfone que permite interação com o assistente de voz Google Assistant. Os usuários também poderão acompanhar jogos de outros jogadores pelo Youtube, e se for um jogo que permita esta ação, entrar naquele exato instante do jogo que está vendo.

O Google é famoso por apostar alto em novos produtos e descartá-los sem nenhum remorso se não dão o resultado esperado. E o Stadia vai colar? Quase todo fã de games tem essa resposta na ponta da língua: antes de qualquer outra coisa, vai depender dos jogos que forem oferecidos.

Foto: Divulgação.

Rubens Bonfim é jornalista, trabalha com estratégia de mercado e escreve sobre vida digital no blog Vivendo no Século 21 (vivendoseculo21.wordpress.com). É colaborador da Se7e Cultura e escreve a coluna Diversão Digital sempre dedicado à insana tarefa de acompanhar tudo que sai sobre entretenimento digital


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