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  • Rubens Bonfim

Netflix está numa fase meio Game of Thrones


Iniciativas dos próprios parceiros podem tirar a Netflix do trono dos serviços de streaming?


Uma das séries mais pedidas pelos usuários da Netflix é Game of Thrones. Mas a série da luta das casas nunca chegou ao serviço de vídeo sob demanda mais popular do mundo porque a HBO, dona da série, tinha seus próprios planos ao manter a turma de Westeros em seus próprios canais e serviços de VOD. Mesmo com esta “pequena” ausência, a Netflix seguiu com toda realeza acima de todos os outros serviços e se tornou a mais abrangente plataforma de vídeo com assinatura do planeta. Até mesmo a Disney, a dona de algumas das franquias mais rentáveis do entretenimento mundial, se uniu ao serviço e trouxe para a plataforma atrações como Star Wars, Indiana Jones, os filmes e séries da Marvel e outros, como se dizia antigamente, campeões de audiência.


foto: divulgação logo Netflix

Mas assim como em Game of Thrones, a vaga do posto de rei é uma só e muitos querem o lugar, inclusive aqueles que estão do seu lado. Assim, entra na história a Fox, outra gigante do entretenimento, e que tem como uma de suas grandes franquias cinematográficas o universo dos X-Men. A Fox havia feito um acordo com a editora Marvel, que passava por um período de vacas magras nos anos 90, para utilizar vários de seus heróis em adaptações para as telonas. Foi daí que saíram os projetos de mais de uma dezena de filmes com os mutantes Charles Xavier, Wolverine e até mesmo o mercenário Deadpool.


Mas tempos depois a Marvel lançou seu próprio universo cinematográfico e acabou sendo comprada pela Disney, que transformou o que tinha nas mãos em um projeto de filmes seriados cada vez mais lucrativos com Homem de Ferro, Capitão América e outros. Mas o universo cinematográfico Marvel estava incompleto, pois além dos X-Men e do Quarteto Fantástico, outros personagens importantes estavam por aí em outros acordos com estúdios, como o Homem-Aranha. Mas de pouco em pouco a Disney vem reunindo os personagens outra vez e já foi possível ver a volta do Aranha em pelo menos dois filmes junto com outros personagens da Marvel e com pelo menos mais três para o futuro.


Mas alguns dos movimentos seguintes da Disney foram duros golpes no futuro da Netflix. A Fox, que já havia anunciado a sua saída gradativa do serviço de streaming, também para valorizar seus próprios serviços, incluindo o Fox Premium, fechou um acordo de venda de toda a sua divisão de entretenimento para a Disney por mais de US$ 50 bilhões. Isso significava não só que os X-Men e o Quarteto Fantástico poderiam ter novos filmes lançados no mesmo universo unificado dos Vingadores, como também a Disney se tornava dona de títulos como Walking Dead, Aliens, Avatar, Simpsons, além dos canais de TV da Fox, como National Geographic, Fox Life e FX. Mas isso seria bom para a Netflix, já que a Disney e a Netflix são parceiras, certo? Não. Paralelamente a Disney anunciou a criação de seu próprio serviço de VOD, que ainda não tem nome ou modelo de negócio apresentado ao público, mas o objetivo e lançar no início de 2019, e daí em diante levar gradativamente todo o conteúdo Disney para o seu próprio serviço. A Disney até comprou uma própria empresa para criar solução tecnológica, que foi a BAMTech, responsável pela plataforma de transmissão da MLB, liga de beisebol americana.


A Netflix nega haver uma crise e seus executivos garantem que há planos em parceria para muito além de 2019, inclusive a produção de séries de TV da Marvel, como Demolidor e a recente Justiceiro, que já havia sido adaptada em três diferentes ocasiões para o cinema. Por outro lado, executivos da Disney dizem que a ideia é muito ampliar o leque de produtos e atender diferentes públicos. Mas o fato é que cada vez mais a Netflix investe em programas próprios, visando reduzir sua dependência de parceiros. Mas parece que todo dia um amigo vira adversário. Igual a Game of Thrones. Só espero que a Netflix não acabe como Ned Stark.


Rubens Bonfim é jornalista, trabalha com TI e escreve sobre vida digital no blog Vivendo no Século 21 (vivendoseculo21.wordpress.com). É colaborador da Se7e Cultura e escreve a coluna Diversão Digital sempre dedicado à insana tarefa de acompanhar tudo que sai sobre entretenimento digital


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