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  • Rubens Bonfim

A tecnologia está mudando até o seu jeito de ir ao cinema


Se você, como eu, cresceu nos anos 80 vai se lembrar que escolher o filme que seria assistido naquele dia passava praticamente por dois caminhos: o primeiro era o caderno de cultura dos jornais com seus anúncios em preto e branco e imagens quase sempre de péssima qualidade indicando em qual cinema o filme estava passando e o horário, além da censura (nessa época era censura ainda, não classificação indicativa), há quantas semanas estava em cartaz e se aquela era a penúltima ou a última semana de exibição. A segunda opção era o Disque Programação de Cinema, um serviço oferecido pela empresa de telefonia (na época só havia uma) em que uma voz monótona explicava o nome do cinema, o filme que estava passando, o gênero, a duração e os horários. Não era a Siri nem o Google Now, mas resolvia. De posse da informação era só sair cedo de casa, pegar a fila, comprar o ingresso para a próxima sessão (ou a seguinte caso os ingressos acabassem antes da sua vez) e curtir seu filme.

foto: divulgação

Com a Internet, disponibilizar e consultar a programação de cinema ficou muito mais fácil. Obviamente, o comércio eletrônico também nos poupa de passar aquela vergonha de chamar o “crush” para um cineminha e chegar lá e não encontrar lugar. Mas, basicamente, o modelo de negócio continua o mesmo. Escolhe o filme, compra o ingresso, paga, entra na sala e vê o filme. Mas um serviço chamado Primepass está querendo mudar isso. Basicamente ele é o “Netflix” dos cinemas. Ao invés de pagar uma entrada por vez o usuário paga uma mensalidade que permite assistir um filme por dia. Para assinar o serviço basta baixar o aplicativo, escolher o seu plano de uso com o valor que quer pagar, registrar seu meio de pagamento e pronto. Atualmente cerca de 2.500 salas de cinema em todo o país aceitam o Primepass. Em Brasília é possível ver filmes em todas as salas Cinemark, Kinoplex, Espaço Itaú de Cinema e Multicine.

Os planos de assinatura começam com o valor de R$ 59,90, que permite ver filmes de segunda à quarta, sendo um filme por dia e no máximo 12 sessões por mês. O plano intermediário já permite ver um filme por dia, incluindo sábados e domingos, por R$ 79,90. Por fim temos o plano VIP, que também libera o acesso às salas do tipo IMAX e VIP, por R$ 139,90. Mas nenhum desses planos permite ver filmes 3D, algo que eu dispensaria não fosse o fato de certos lançamentos saírem quase que exclusivamente em 3D. Para isso, o usuário paga R$ 29,90, como adicional mensal. Outro problema é que por uma questão de segurança o assinante só pode fazer a reserva de seu ingresso se estiver próximo ao cinema, mesmo que não seja hora da sessão. Aí basta entrar no aplicativo, escolher o seu filme e reservar seu ingresso. Chegando aos cinemas é só ir à bilheteria preferencial e liberar sua entrada. Outro problema é que não tem nenhuma vantagem para o acompanhante, que paga o ingresso normalmente.

É caro? Talvez. Mas vai depender da sua frequência nos cinemas. Com um ingresso por cerca de R$ 25, um filme por semana já paga com sobra o valor do plano intermediário. Também há a questão de que uma vez pagando o Primepass, suas opções de cinema ficam um pouco mais restritas. Mas quem sabe essa não é a tendência para fidelizar o espectador? Eu mesmo vi 70% dos filmes no último ano no mesmo cinema. E lá aceita Primepass.

Rubens Bonfim é jornalista, trabalha com TI e escreve sobre vida digital no blog Vivendo no Século 21 (vivendoseculo21.wordpress.com). É colaborador da Se7e Cultura e escreve a coluna Diversão Digital sempre dedicado à insana tarefa de acompanhar tudo que sai sobre entretenimento digital.


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