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  • Luiz Gomes

O Grunge continua vivo


Um pouco mais da obra, vida e morte de Chris Cornell

Chris Cornell nasceu em Seattle (EUA) em 20 de julho de 1964. Aos 52 anos, calou-se a voz de um dos maiores, se não o maior, representante do movimento Grunge. Não bastasse sua potência vocal, Chris Cornell foi um multi-instrumentista, compositor, formador de opinião e uma voz marcante no cenário da música mundial. Foi vocalista solo, cantor das bandas Soundgarden e Audioslave.

Foto: Divulgação

Tive o prazer de vê-lo tocar no festival SWU, em 2011. Ali, pude ter uma breve noção do que representou Chris Cornell. Adjetivos são poucos para expressar o carisma e o alcance vocal que possuía. Além das canções, do engajamento político – o Audioslave tocou em Cuba e abraçou causas humanitárias –, Chris ainda fez parte do projeto intitulado Temple of the Dog, com os atuais membros do Pearl Jam. No caso do Audioslave, os vocais eram destinados ao também falecido vocalista original do Alice in Chains, Layne Staley, que jamais compareceu a um ensaio do projeto. Quanto ao Soundgarden, dispensam-se comentários, pois foi uma das mais influentes bandas do cenário do Grunge. Clássicos como Black Hole Sun, Spoonman e Feel on Black Days marcaram época.

Porém, há de se fazer um parêntese no capítulo Seattle, na história do Grunge e do Rock. Das principais bandas do cenário (Pearl Jam, Soundgarden, Alice in Chains e Nirvana) todos os vocalistas morreram, exceto, Eddie Vedder, que com uma postura engajada e menos frenético no consumo de drogas, o que não se pode dizer em relação ao álcool, mantém-se vivo e atuante em uma banda com mais de 20 anos de carreira.

Com a morte de Chris Cornell, cabe uma reflexão: o grunge morreu? Em excelente artigo publicado em 18 de maio no site Folha Uol, Rafael Gregório, afirma no título “Morte de Chris Cornell enterra o grunge”, que tal movimento avesso aos holofotes, cheio de atitude e uma, senão a última revolução no Rock n’ Roll, se foi. Eu discordo. Além do legado que deixaram com suas canções e memoráveis shows, Staley, Cobain, Cornell e Vedder influenciam até hoje pessoas a entrar para o mundo da música. Em Brasília, berço torto do rock nacional, pipocam bandas covers do estilo grunge. Casas noturnas são embaladas por canções e apresentações ao estilo grunge e mais: com sucesso e aprovação do público.

Sendo assim, os amantes do grunge não têm o que temer. O grunge vive e sobreviverá a esta perda. Sou grato a Cornell e ao movimento grunge por ter feito parte dessa geração que cresceu ouvindo Soundgarden, Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam, e todos os demais representantes do movimento. A voz pode se calar, mas o legado fica. Descanse em paz Cornell, obrigado.

Luiz Gomes é biólogo, Administrador Público, skatista, amante do Rock, eterno fã do Grunge e colaborador da Sete Cultura


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